10 fevereiro 2010

CHARGE

PT e PSDB erraram ao não se unir, diz Marina Silva

A senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva (AC), disse nesta terça-feira, 9, durante entrevista à TV Estadão, que PT e PSDB erraram nos últimos 16 anos ao não entrarem em um acordo para garantir a governabilidade do País. "Um erro que cometemos, e digo nós porque fiz parte do PT durante 30 anos, foi o de não estabelecer um ponto de contato com o PSDB no período em que ele foi governo. E a mesma coisa aconteceu no período em que o presidente Lula é governo."

Marina defendeu o entendimento entre os grandes partidos e diz que o PV tem "vontade de conversar". "Ninguém governa sozinho", disse, mas reconheceu que esse acordo suprapartidário, no Brasil, ainda está no campo da utopia. "A grande utopia deste País é que se possa conseguir uma governabilidade baseada em princípios e não apenas no cálculo pragmático de maioria, que muitas vezes é fisiológica."

Pitaco


"Espero que a TV Brasil tenha o mesmo interesse com cada Estado e município"

José Serra

Racha ofusca posse no PT

União dentro do PT, por enquanto, só no discurso. A palavra foi usada como vírgula por vários militantes ontem durante a oratória que celebrou a posse de Roberto Policarpo no comando local do partido. A soma de esforços foi a linha de raciocínio, inclusive, dos dois petistas, o ex-ministro Agnelo Queiroz e o deputado federal Geraldo Magela, que disputam a indicação para concorrerem ao Governo do Distrito Federal. Mas cada um quer puxar para si o apoio para a candidatura ao principal cargo em outubro, o de governador.

A solenidade, no auditório do Teatro Dulcina, no Conic, que era para ser um gesto de unidade do partido escancarou o racha na legenda. A plateia formada por cerca de 500 pessoas estava dividida entre os apoiadores de Agnelo e os de Magela. Até o ano passado, vigorava um acordo no qual o ex-ministro seria o candidato ao governo e o deputado federal se lançaria ao Senado. Mas desde o início da crise, Magela começou a rever nos bastidores o interesse em concorrer para o Congresso Nacional e abrir mão da principal candidatura de 2010. Foi durante a solenidade de posse do novo presidente do PT que Magela acabou por expor publicamente a pretensão de revisar a negociação feita anteriormente ao escândalo da Caixa de Pandora.

Até a lei permitir.

Nem Lula está acreditando na posição vergonhosa do Tribunal Superior Eleitoral. Lula está esperando a qualquer momento que o TSE se manifeste e finalmente proíba a sucessão de crimes eleitorais que vem cometendo, debaixo das barbas de um tribunal que, mesmo aparelhado, pode exercer a sua independência. Ontem Lula declarou:

"A companheira Dilma vai continuar viajando comigo até a lei permitir."

Querem os juízes maior confissão de culpa? Querem os juízes maior reconhecimento dos seus crimes pelo próprio autor, que sabe que, a qualquer momento, poderá ser proibido de usar a máquina pública para promover uma candidatura? Querem os juízes melhor oportunidade para cumprir a lei? O próprio Lula está pedindo um limite, mesmo que inconscientemente. Afinal de contas, o TSE é um tribunal ou é a guarda pessoal do Lula?