25 novembro 2009

Nova direção do PT não terá poder de decisão na candidatura de Dilma, comando das ações estará com grupo de confiança de Lula.

Eleita para determinar os rumos do PT na primeira eleição presidencial sem Luiz Inácio Lula da Silva, a nova direção do partido não conseguirá consolidar o sonho de ser decisiva na campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Os futuros dirigentes serão responsáveis por mobilizar a militância petista, os aliados e fazer a negociação de varejo com o PMDB, principal parceiro na corrida pelo Palácio do Planalto em 2010. Só que o presidente eleito, José Eduardo Dutra, comandará o partido, mas não a campanha. Ele será absorvido por um grupo já consolidado capitaneado pelo chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, o marqueteiro João Santana e o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Todos orientados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O atual presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), que passará a batuta a Dutra em fevereiro do ano que vem, disse que a direção dividirá também as negociações eleitorais. “A nova direção terá o papel de ser o condutor da aliança junto com o presidente Lula e a ministra Dilma”, afirmou o dirigente.

Essa prática já vem sendo implementada desde que se intensificaram as negociações partidárias sobre 2010. Berzoini comandou toda a negociação com o PMDB, mas deixou para Lula e Dilma baterem o martelo quando saiu. Fez um périplo pelo país para enquadrar diretórios estaduais em torno do projeto nacional. E, nesse trabalho, contou com a ajuda do ex-ministro José Dirceu, que exerce bastante influência dentro do partido.

Mas as decisões centrais, como estratégia de propaganda de televisão, tom de discursos, suavização da imagem de “gerentona”, estados que ela deve visitar terão a palavra final de Gilberto Carvalho. O assessor de Lula era considerado o candidato ideal para presidir o PT por ser consensual dentro do partido e por ser a voz direta do presidente nas decisões, mas não teve o sinal verde. Construiu-se, então, a saída por Dutra, que não conseguiu unir todas as correntes petistas, mas levou no primeiro turno com cerca de 55%.

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